terça-feira, 2 de outubro de 2012

RPG Forever




Há cerca de 18 anos, em 1994, comecei a jogar RPG. Tudo começou na escola em que fazia o curso supletivo, em 1992, devido a uma mudança familiar tive que largar o colégio que estudava e para recuperar o tempo fiz este curso. Estava desenhando, desenhar é o meu 1, 2, 3 (um dia falo sobre isto), e sempre foi uma forma de puxarem conversa comigo, e um colega do colégio, perguntou se jogava RPG. Eu não sabia o que isto significava e ele me explicou o que era o jogo e convidou para uma partida em um sábado à tarde, com o seu grupo de RPG na Praça Seca. 
Fui e o primeiro sistema que joguei foi o GURPS, para mostrar como funcionava, fizemos um duelo com dois personagens supers prontos, o meu com garra e fator de cura, contra o dele com raios ópticos e campo de força. Depois chegaram mais dois outros jogadores e o mestre, me forneceram outro personagem pronto, um gigante de 4m de altura, e joguei minha primeira partida. Saí eufórico, e já queria mostrar aos meus amigos de casa o que era aquele jogo diferente, que não tinha vencedores, que interagíamos na história, mudando-a de acordo com as ações que fazíamos. 
Então peguei um livro jogo, que tinham me emprestado e fiz minha primeira aventura para os amigos do prédio que morava, baseado no jogo Altered Beast, sempre adorei mitologia, e foi superdivertido. Depois, de um tempo, mestrei para o grupo da Praça Seca uma aventura baseada no filme Warriors. E depois, alternei entre os dois grupos, jogando e mestrando: Tagmar, D&D (Dungeons & Dragons) da Grow, Vampiro a Máscara, Arkanun, Trevas, Lobisomem o Apocalipse, até Mulheres Machonas Armadas até os Dentes. Quando terminei o supletivo, me distanciei do grupo da Praça Seca, ficando somente com o do prédio, que de 4 jogadores aumentou para 8 (vindo de ruas próximas). Em 1996, entrei para faculdade, e comecei a me distanciar do grupo do prédio, e os jogos começavam a se tornar ocasionais. 
Em 1997, a cena praticamente se repetiu, estava desenhando na sala de aula de História Antiga (eu sempre desenhei em sala de aula, eu sou hiperativo e tenho dificuldade de concentração e desenhar ajuda a me focar no que o professor estava dizendo). Foi então que comecei a conversar com quem hoje, é o meu melhor amigo (padrinho de casamento e do Dani), e ele perguntou se eu jogava RPG e me apresentou para seu grupo de jogo na faculdade. Foi quando conheci minha melhor amiga (madrinha do Dani), e mais dois jogadores, e começava uma nova fase de amizade e jogos. E principalmente de um grande amor, levei Patricia para jogar com eles, primeiro como amiga, depois namorada e esposa. Grandes amigos surgiram daquele grupo de jogo, alguns que persistem até hoje. E foram dezenas de outros sistemas jogados: AD&D (Advanced Dungeons & Dragons), a maioria do sistema Storyteller (Vampiro, Lobisomem e principalmente Mago a Ascensão, o primeiro sistema que mestrei para eles), Robotech (um sistema raro) e depois Dungeons & Dragons 3ª edição. De D&D (2ª e 3ª edição) foram inúmeros mundos: Forgotten Realms, Dragonlance, Birthright, Ravenloft. 
Até 2003, quando a nossa vida deu uma virada de 360º graus e os jogos começaram a diminuir de quantidade, a vida exigiu uma nova postura e aos poucos fui abandonando, jogando menos, mestrando menos ainda. 
Em 2006, nasceu o Daniel, minha maior alegria e a cabeça mudou de vez. Mesmo Patricia incentivando, o RPG não tinha o mesmo significado para mim, e o que era pouco se tornou raro. Mesmo sendo convidado para jogar, eu não ia, e só mestrei duas vezes neste período (uma aventura de Mutantes & Malfeitores e outra de Caçadores Caçados). 
E você pergunta se ainda hoje jogo RPG? Jogo sim, mas sem dados, sem regras, pura e simplesmente com a imaginação, utilizando miniaturas (algumas não tão miniaturas assim! hahaha), live action, com o meu maior parceiro de aventuras, meu filho Daniel. Juntos enfrentamos monstros, zumbis, robôs. Somos guerreiros medievais, jedis, soldados clones, piratas e tantos personagens possíveis e imagináveis.
O RPG continua ainda sob outra forma, e quando ele tiver a idade certa, se ele quiser, eu vou ensinar este jogo maravilhoso, que me trouxe tantas felicidades.