Perto do Precipício

Existem várias analogias para quando a coisa tá ruim: a vaca foi pro brejo, o navio afundou, chegamos ao fundo do poço, entre outras. Eu gosto de pensar que os problemas são como uma enorme bola de neve descendo ladeira abaixo em nossa direção, bola de neve que vai crescendo cada vez mais, pelas nossas próprias escolhas, e um dia ela vai te pegar.

E por que vai pegar e não pegou? Acredito que enquanto você puder fazer escolhas é como tomar um gás a mais na corrida, e somente ela te pegaria quando não houvesse para onde correr, quando a escolha final seria ser pego pela bola ou pular no precipício. No nosso caso ainda há para onde correr, escolhas corretas podem ser feitas. E esse é o objetivo deste blog, é escrever sobre nossas aventuras enquanto a bola não pega.

Aviso aos navegantes desta incrível teia:

O blog não é sobre futebol, gosto de futebol como qualquer brasileiro, nós somos criados para gostar de futebol, é como a relação entre os norte-americanos e os ovos e bacon, 90% dos filmes e desenhos mostram americanos tomando café com ovos e bacon, os 10% restante panqueca e sucrilhos. Então para um não norte-americano ouvir o mesmo falando que não gosta de bacon é a mesma coisa que um brasileiro que não gosta de futebol. É um absurdo.

É mesmo, um país parar por uma convocação para uma copa. Por que um absurdo? Primeiro porque tudo passa a ser menos importante, fome, violência, falta de grana e de emprego. Todos ficam esperando uma lista de jogadores profissionais que estão cheios da grana, que jogam em clubes fora do país (os que não estão jogando já jogaram), em campeonato organizado por empresas privadas com fins mais do que lucrativos, e com interesses mais do que obscuros.

Onde há dinheiro há interesse, agora imagine onde há muuuuuuito dinheiro. O pior é que quando começar o campeonato eu vou acabar torcendo como tantos outros, como eu disse futebol no Brasil é quase genético.