sábado, 18 de janeiro de 2014

Caso 002 - As aventuras de Christian o Elfus na Era Hiboriana

Na vida as melhores coisas, às vezes acontecem por acaso, sem planejamento, e uma das melhores sagas que mestrei foi assim.
Nós estávamos na faculdade, na época que minha única profissão era ser estudante, e tínhamos aula pela manhã e alguns à noite. Então, nossas tardes foram recheadas por partidas de RPG. E, surgiram personagens e histórias incríveis. Em uma destas tardes estavam eu, Dennis e Claudia, e eles me falaram para mestrar (neologismo de RPG que se conjuga apenas na 1ª pessoa: eu mestro, vocês jogam, hahaha) AD&D, eu já jogava mas nunca tinha mestrado uma partida neste sistema. Pois bem desafio aceito, em qual dos mundos jogar: Forgotten, Dragonlance, decidi na Era Hiboriana do Conan. Não falo élfico, nem klingon, mas tem duas coisas nerds que guardo de cabeça (As Crônicas da Nemédia e O Juramento dos Lanternas Verdes), sempre li Conan, e conheço bastante da Era Hiboriana para não ficar dependendo de um livro para lembrar os detalhes principais. Pronto escolhido a ambientação, Claudia criou o Christian um elfo (não existem elfos na Era Hiboriana, pelo menos não nos livros de Robert E. Howard, nem nenhum roteirista decente como Roy Thomas, utilizou elfos) metrossexual (sim, para mim todos os elfos são metrossexuais e ponto) ladino e Dennis criou Galtar um hirkaniano clérigo de Erlik (deus amarelo da morte dos hirkanianos). Pronto, e agora o mestre se vira nos 30! hahaha
Eu já tinha mestrado uma aventura na Era Hiboriana, baseada na Cidadela dos Condenados, os jogadores eram coadjuvantes na história, e foi muito legal. Então, começamos a jogar, o que seria um problema se tornou o ponto chave da aventura: não existem elfos na era hiboriana, e isto virou o mote principal, Christian usava um gorro que escondia a orelha e toda vez que mostrava as pessoas se espantavam. A primeira aventura foi básica, a vila escondida dos elfos, queria fazer amizade com o Rei de Argos, e enviou seu representante, Christian (fizeram uma festa de três dias quando ele foi embora! hahaha) levar um presente, no meio do caminho, ele encontrou Galtar, que se deparam com o sequestro da princesa Tamir, guardem este nome (uma NPC, nem lembro se ela tinha nome), e eles se juntam para resgatá-la. O humor estava presente, mas não era o elemento principal.
Na segunda aventura que jogamos, a coisa desandou, hahahaha, com a entrada da Patricia no jogo. Nesta aventura, a Flávia uma amiga nossa que não jogava RPG, queria jogar, então ela jogou com a Tamir, que virou uma personagem jogador princesa e maga, no meio da aventura ela saiu, e Patricia jogou com a personagem e o trio se formou: Tamir, Christian e Galtar e aí sim (barulho de trovões) a aventura se transformou no caos maravilhoso.

Primeiro, os personagens não tinham escrúpulos nenhum, em uma jogada acidental (ahã) o príncipe herdeiro do trono morreu, e o rei logo em seguida, assim, Tamir tornou-se rainha de Argos (p.s. mais uma rainha louca na história de Argos, que teria mais algumas ao longo da História: Maria I e Carlota Joaquina, Argos seria Portugal há 10.000 a.C.)! E Tamir alem de megalomaníaca era completamente apaixonada pelo Christian (que tinha um ponto fraco, as suas orelhas, que Tamir sabia explorar! hahaha), e Christian tentava fugir, ele gostava dela, mas gostava mais ainda da liberdade e de frequentar com Galtar a estalagem (prostíbulo) da Dona Eulália (uma sacanagem comigo, que tenho a língua presa), um clérigo da morte que morava em um prostíbulo. E do Dennis também a criação dos lacaios da rainha Tamir, quem joga sabe que quando você fala de um NPC, sempre perguntam o nome, e é um saco isso, então o Dennis sugeriu que os nomes fossem Alguém, Ninguém, Todo Mundo e Qualquer Um, eram quadrigêmeos, eu topei e imaginem só o que acontecia quando perguntavam:
- Alguém está aí?
- Não saiu com Todo Mundo.
- Pode ser Qualquer Um!
- Não pode ele também saiu.
- Ninguém faz o que eu peço!
- Faço sim minha rainha.
E por aí vai, e sempre que um jogador falava alguém, ninguém, qualquer um e todo mundo. Era o mote para aparição ou citação de algum personagem.
E, a galeria de vilões não ficava atrás: tinha um mago fratulento, a Guilda das Copeiras Ninjas Taradas, com direito a cena de duelo e tudo, Christian foi preso pela Guilda para ser usado em "sacrifício" ser obrigado a transar com a líder da seita. E foram tantas aventuras e tantas risadas. Outros jogadores tentavam jogar, mas nunca deu certo. As aventura de Christian era a piada particular de nós quatro: Eu, Paty, Claudia e Dennis.

Nas últimas aventuras Tamir conseguiu casar com o Christian e tiveram dois filhos, o menino parecido com Tamir e a menina com Christian.
Nunca houve um final nesta aventura, e nem poderia ter.

O meu final vai sempre ser este: Christian fugindo escondido para se encontrar com Galtar na pensão de Dona Eulália, para partir para uma nova aventura, Tamir, e seus planos loucos de dominação mundial, correndo atrás deles. E Alguém tomando conta das crianças, enquanto Ninguém sabia o que podia acontecer, Qualquer um que lê este texto pode ver o quanto eles são queridos, e no final Todo Mundo se divertia.

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